Brasil defende ações para reduzir mortalidade por doenças crônicas

Durante Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York (EUA), ministro da Saúde, Gilberto Occhi, destacou a prevenção de doenças e promoção da saúde para reduzir a mortalidade por Doenças Crônicas Não-Transmissíveis.

Priorizar a prevenção de doenças e promover a saúde para a reduzir a taxa de mortalidade por doenças crônicas foi o que defendeu o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, nesta quinta-feira (27), na abertura da 3ª Reunião de Alto Nível sobre Prevenção e Controle das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis, na Assembleia Geral da ONU, em Nova York (EUA). As DCNTs são resultado de diversos fatores, determinantes sociais e condicionantes, além de fatores de risco individuais como tabagismo, consumo nocivo de álcool, inatividade física e alimentação não saudável.

“Fortalecer os sistemas de saúde e aprimorar as ações de prevenção e controle das doenças crônicas é fundamental não apenas para a saúde global, mas também para o desenvolvimento social, econômico e ambiental”, disse, ressaltando a necessidade de ações para melhorar o acesso a medicamentos, vacinas e produtos médicos seguros, eficazes, a preços acessíveis e de qualidade.

As Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNTs) são doenças multifatoriais, de longa duração, que se desenvolvem no decorrer da vida. Responsáveis por 40 milhões de mortes (70% de todas as mortes no mundo), são consideradas sério problema de saúde pública. No Brasil, as DCNTs foram a causa de aproximadamente 72,6% das mortes em 2013. A meta brasileira é reduzir em 30% até 2030 a mortalidade prematura por doença cardiovascular, pulmonar crônica diabetes e câncer.

Gilberto Occhi falou em nome da Iniciativa Política Externa e Saúde Global (FPGH), formada por Brasil, França, Indonésia, Noruega, Senegal, África do Sul e Tailândia. O ministro reafirmou o empenho em aperfeiçoar respostas multissetoriais para a prevenção de doenças não-transmissíveis, reforçando a importância do esforço conjunto dos setores público, privado, sociedade civil, organizações médicas e acadêmicas “que deve incidir sobre os determinantes sociais da saúde, em particular, sobre os quatros principais fatores de risco: tabagismo, inatividade física, dietas não saudáveis e uso nocivo de álcool”.

DOENÇAS CRÔNICAS E NUTRIÇÃO

O ministro da Saúde frisou que é preciso avançar em medidas regulatórias e abordar de forma transparentes a questão de possíveis conflitos de interesses em programas de nutrição e informou que, nesse sentido, a FPGH está colaborando com o instrumento em elaboração no âmbito da Organização Mundial da Saúde (OMS). Durante a presidência brasileira na FPGH, o tema de trabalho é a segurança alimentar e nutricional, bem como a promoção de dietas, estilos de vida e ambientes saudáveis.

O Brasil é um dos seis países que cumpriu a meta da OMS de organização de um sistema de indicadores para monitoramento e avaliação das DCNTs. O conjunto de ações do Governo Federal, com expansão do acesso a serviços de saúde, diagnóstico precoce e tratamento, além das ações de promoção da saúde, já impacta na queda de óbitos precoce por DCNTs. Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde mostram uma redução anual de 4% na taxa de mortalidade prematura pelas principais doenças crônicas, de 2000 a 2015.

REUNIÕES DE ALTO NÍVEL

As Reuniões de Alto Nível das Nações Unidas desempenham papel-chave no desenvolvimento das prioridades globais, mobilização de recursos e fortalecimento do comprometimento dos países. Historicamente, as cúpulas têm promovido abordagem colaborativa e holística, com ação coordenada entre diversos atores estatais, não-governamentais e do setor privado.

Por Ana Cláudia Amorim, da Agência Saúde